terça-feira, abril 22, 2008

Vida

De uns tempos pra cá tenho sido obrigada a pensar e ver algo bem real, mas que de fato, nunca dei tanta importância como penso deveria dar. E penso também que talvez eu não esteja só nessa atitude displicente. Tenho me deparado, e talvez nem seja por causa das circunstâncias reais, mas algo em mim que me fez abrir os olhos para tal... assunto?! Assim, tenho me percebido inquieta. Seja lá o que ISSO seja é algo difícil de ser falado, uma prova bem real desse fato é a quantidade de palavras já escritas aqui e nem ao menos disse o que de fato me propus a falar. Enfim, deixemos de tantos arrudeios e vamos lá. Morte: é disso que quero falar hoje.


Como disse, esse... tema?! Vem me perseguindo durante um tempo e hoje me deparei com uma frase onde fui O-BRI-GA-DA literalmente a pensar sobre. Literalmente! E a frase foi: Como você percebe a morte? Deu algum tipo de branco em você ao ler isso aqui? Tomara que sim, pois na ocasião, tive um belo e longo branco de ausência. E nosso velho companheiro do charuto Freud já disse: quanto maior a negação, maior o buruço! (Freud conhecia mesmo essa palavra?) Mas voltando: Sim, sim... PRA MIM! A pergunta foi pra MIM. Pronto! Foi o que bastou para me sentir e me ver encurralada, agora sim não há mais saída, vou ter de ir ao porão da minha alma e buscar essa resposta. No entanto, na ocasião não falei bem por MIM. Logo me veio a mente Sêneca e sua idéia sobre a brevidade da vida, e como ele acredita que para ter uma morte aceitável é preciso antes de tudo ter uma vida aceitável e ainda sua bela frase: “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida.” Pensei ainda como uma psicóloga que eu havia entrevistado há uns dias atrás falou, me veio a mente a capacidade de a mesma falar com tanta prioridade de algo que eu nem ao menos sei bem o que é. Foi legal o que ela disse? Então por que não responder citando-a? De algum modo, a pergunta foi respondida. Quem irá negar? Mas será que tudo isso fala mesmo do que EU penso e sinto? Sei bem que “Você é aquilo que lê” e ouvi também, ora. Mas será mesmo só isso que havia dentro de mim sobre esse... problema? Penso que não, por isso aqui estou a tentar falar sobre essa COISA! E na verdade nem sei bem o que falo, mas é bem assim mesmo que penso a COISA, como idéias embaralhadas sem muito sentido. Fulga? Talvez!

A única imagem de morte que me vem a mente é uma caveira rindo. Caricaturado, nao?! Penso que na realidade a morte não é tão engraçada assim. Ela sempre vem, e quando vem sempre transforma o que há em algo pior ou ainda (por que não?) pra melhor. Um dia lendo alguém em um livro (nomes, pra que eles nos servem?) me deparei com algo que nunca esqueci, pois fiz relação comigo mesmo e como as pessoas me tratavam quando estava perto da morte (exagerada? entenda como queira) e ele dizia que o grande dilema da superação do luto é conseguir conviver com os sentimentos ambiguos que permeiam a mente daquele que sofre com a morte de alguém próximo. Pois ele dizia que ao morrer, o sujeito passava por um tipo de purificação simbólica que o isentava da capacidade de suscitar algum tipo de sentimento ruim. Mas quem é capaz de sentir apenas sentinentos bons em relação a quem quer que seja? Vivo ou morto, todos nós temos um céu e um inferno dentro de nós. E como perceber um inferno em alguém que "coitado, morreu"? É, talvez seja difícil falar sobre a morte pelo o que ela representa para quem fica: A falta! A sensação de que não há mais nada a fazer. Porque a morte em si, talvez seja apenas mais uma etapa da vida. Com isso, Sêneca talvez esteja mesmo certo: Viva seu dia como se ele fosse último. E digo ainda, aproveite as pessoas como se elas nao estivessem mais aqui amanhã. Eita, Carpe Diem ou não?! xD


Enfim, na dúvida da morte, o melhor é viver a certeza da vida!