sábado, dezembro 15, 2007

Hoje foi diferente...

"Eu faço minhas coisas, você faz as suas.
Não estou nesse mundo para viver de acordo com as suas expectativas,
e você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas.
Você é você e eu sou eu.
E se por acaso nos encontramos, é lindo.
Se não, não há a fazer"


Apenas hoje percebi o quanto essas palavras estavam certas! Um dia li esse texto como sendo a famosa "Oração da Gestalt" e pensei: "Legal, vou copiar pra mim". De pronto, achei esse texto um tanto mal. Sim! Mal com "L" mesmo. Porque ele me passou a impressão de que fazia uma certa apologia ao egoísmo humano. Com o seu tom de: "faça o seu que eu faça o meu". Sempre senti um certo egocentrismo em mim, penso ser um resto da criança mimada que sempre fui. Mas egoísta? Não! Esse adjetivo eu não compro pra mim. Muito pelo contrário, sempre me senti cedendo, cedendo pra tudo e pra todos: "Você deve ter um argumento melhor pra não satisfazer a minha vontade, já que as coisas se deram assim..." Com isso, lembro-me bem que nem sequer pensei muito sobre esse texto. "Um dia ele deve fazer sentido pra mim". Pensei tentando explicar minha falta de empatia perante ele... Hoje não!
Hoje foi diferente, algo aconteceu, o vi de uma outra maneira. Parece que finalmente percebi a falta de possibilidade em saber/ter o que é melhor para o outro. Porque o outro vai sempre seguir o que ele pensa ser certo, pra ele mesmo. De repente, isso me parece óbvio! Mas não era há alguns instantes atrás... Pensava que as pessoas fossem como eu, que sempre levam em consideração o que todos dizem ou até pensam/sentem. E como todo pensamento/sentimento, é algo que se passa dentro das pessoas, eu quase nunca tinha acesso a eles (Skinner deve ta revirando no túmulo agora) e mesmo assim os seguia de alguma forma. Estranho... isso tudo me parece muito estranho! Meu, mas estranho...
É! Mas hoje foi diferente, percebi que as pessoas vão sempre ser guiadas por elas mesmas. E que bom isso acontecer e que ótimo descobrir isso! Porque de certa forma, me liberta para fazer o mesmo. E tentar ser não o que o outro espera que eu seja, não o que é melhor para o outro... mas o que é melhor pra mim. O outro tem a si próprio pra olhar para si. Mas a mim não... só eu posso, ou pelo menos deveria, saber o que é melhor de fato pra mim. E viva a singularidade e independência! E porque não uma dose de egoísmo também?
Hoje entendi que dar importância ao outro, não é deixar que ele domine sua vida; Cuidar das pessoas, não é colocá-las em uma redoma de vidro; Ajudar ao próximo, não é tomar decisões por ele e nem tão pouco se chatear por não ser ouvida. Mas se nada disso é como eu pensava. Como são? Como dar a importância devida ao outro? Como cuidar das pessoas? Como ajudar ao próximo? Bem, eu ainda não sei como responder essas perguntas. Mas acho que é derrubando certos muros que a construção de novos é feita da forma mais segura.
Hoje me dei conta de que posso viver a minha vida por mim e não pensando no melhor modo de ser boa ou gentil. Talvez seja a hora de matar aquela velha e tão viva princesinha que existe dentro de mim, a mesma que me consome tanta energia para se manter escondida. Mas o melhor de tudo: descobri que pensar assim não há mal algum, é apenas mais um modo de tentar viver a vida.
Hoje consigo responder uma velha pergunta que um dia ouvi e sempre me inquietou: Hoje não perdi nem ganhei meu dia, simplesmente vivi! :)

Hoje...

domingo, dezembro 02, 2007

Fim - Começo

Olhem, olhem... O ano já está quase no fim! E como já era de se esperar, já é possível ouvir os comentários: “Nossa, mas já?! Nem parece! O ano se passou tão rápido!” Como eu adoro ouvir essas palavras! E como eu adoro fins! Sempre me vem junto a sensação de completude, realização, término. Talvez pelo fato de eu sempre associar fins a começos. Então talvez o que eu goste mesmo nem é a sensação do ano chegando ao seu fim, mas a certeza de que depois que ele termina, virá um ano novo. Novos planos, novos começos... Esperança (já disse que eu amo esse sentimento?)!

Mas já que o bom mesmo é começar, porque então não começar mesmo no fim?
Porque esperar começos tão concretos, como um novo ano, pra começar algo de fato?

Mesmo sabendo que os anos foram invenções para organizar de alguma maneira os nossos dias, há algo de simbólico nessa forma de contar a vida. Talvez a cada giro do planeta, saia algum pozinho mágico que dê um sentimento de realização. Ou será que as coisas são bem mais reais e menos simbólicas? Fomos condicionados a pensar que junto com o começo de um novo ano, virá também novas idéias, realizações de novos sonhos, projetos... e a: ESPERANÇA! Até porque quando vai chegando o fim do ano, não tem como evitar ter aquela velha música na cabeça: “Hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou. Nesses novos dias, as alegrias serão de todos é só querer. Todos os nossos sonhos serão verdade. O futuro já começou. Hoje a festa é sua ...” Olhem só que coisa mais mágica esse tal de “ano novo”: um novo tempo, onde os sonhos serão verdades. Deveria haver um novo ano em cada final de mês. Assim, não precisaríamos esperar tanto para os nossos sonhos se tornarem possíveis. Ou então, mais empenhos de nós mesmos em realizar “aquelas idéias” que nunca saem do papel. Mas quem não precisa de um grande ou pequeno empurrãozinho pra andar? E pra esses eu digo: “O ano novo está chegando!” E com ele realizações... ou não! E se não... o ano nunca demora a terminar, é só esperar 2009 chegar!

E por falar nisso,
eu já disse o quanto gosto de fins?

Feliz FIM a todos nós!